A Junta Militar
que governa a Guiné-konacry decretou dois dias de "luto nacional" no
país, nesta quarta e quinta-feira, e proibiu "toda reunião subversiva, de
qualquer carácter", após a sangrenta repressão contra um protesto da
oposição, que deixou 157 mortos na véspera.
"Declaro
esta quarta e quinta-feira dias de luto nacional", disse o líder da Junta
Militar, capitão Moussa Dadis Camara, em mensagem em rede nacional de TV na
noite desta terça-feira.
"Qualquer
reunião subversiva, não importa seu carácter, está proibida", declarou
Dadis Camara, acrescentando que "os arruaceiros e os instigadores serão
severamente castigados".
"Em razão
das manifestações políticas, nosso país acaba de perder numerosos filhos e
filhas, e prédios públicos foram saqueados", disse Camara, garantindo que
o governo "fará todo o possível para esclarecer estes acontecimentos
trágicos, que perturbaram a paz social que deseja nosso povo".
O massacre
ocorreu no Estádio 28 de Setembro, o maior da capital Conacri, onde milhares de
manifestantes se reuniam para rejeitar à eventual candidatura de Dadis Camara à
eleição presidencial de Janeiro.
Segundo a
oposição, os militares montaram uma grande armadilha, aguardando o estádio
encher para abrir fogo contra a multidão.
Foi a
pior chacina registada em apenas um dia nos últimos 25 anos neste país do oeste
de África, dirigido desde sua independência da França, em 1958, por militares e
onde o Exército é regularmente acusado de graves repressões.