Cerca de 300 mortos e 8 000 feridos é o balanço do sismo de magnitude 7,1 na escala de Richter que atingiu hoje a província chinesa de Qinghai, noroeste do país, anunciou a agência noticiosa oficial Nova China.
O balanço, difundido cerca das 13h40 (6h40 em Lisboa), citava informações fornecidas pelo vice-secretário do governo da prefeitura de Yushu, Huang Limin.
Em Jiegu, aldeia situada perto do epicentro do sismo, mais de 85% das casas foram atingidas e "muitos estudantes" ficaram soterrados sob os escombros da sua escala, disse um funcionário local. Jiegu, situada a 50 quilómetros do epicentro, tem cerca de 100 mil habitantes, na sua maioria tibetanos.
"As ruas estão inundadas de pânico, pessoas feridas, com muitas a sangrarem da cabeça", contou aquela testemunha. "As casas, aqui, são quase todas em madeira e barro, ruindo facilmente quando ocorre um sismo", disse um responsável da televisão local.
Alerta para ameaça de réplicas
O Ministério dos Assuntos Civis chinês já enviou 5000 tendas para a região, além de 50 mil peças de roupa e outros tantos cobertores, disse a agência noticiosa oficial chinesa.
Militares e equipas de socorro foram também mobilizados para a área, que fica a mais de dois mil quilómetros de Pequim.
Entretanto, a terra poderá voltar a tremer nos próximos dias em Yushu. O alerta foi lançado pela Rede de Centros de Motorização de Sismos da China já depois daquela região ter sido atingida por uma réplica de magnitude 3,9 na escala de Richter.
A réplica ocorreu cerca das 11h15 (4h15 em Lisboa), menos de quatro horas após o sismo.
Em julho de 2006, Yushu foi atingida por dois sismos, de 5 e 5,6 graus na escola de Richter. É uma região de maioria tibetana, situada a mais de 4000 metros de altitude, na confluência do Tibete com as províncias de Qinghai e Sichuan.
A prefeitura de Yushu estende-se por 267 000 quilómetros quadrados, mais do dobro da área de Portugal, mas tem apenas cerca de 253 000 habitantes, 97% dos quais de etnia tibetana.