A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, voltou a ameaçar com a realização de manifestações em Moçambique, contra o Governo da Frelimo, se não forem atendidas as suas exigências.
Na véspera da comemoração dos 20 anos de paz em Moçambique, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) promoveu uma reunião do seu conselho nacional, alargada a quadros, que decorre em Quelimame, capital provincial da Zambézia, onde o partido realizará na quinta-feira as suas comemorações dos acordos de Roma.
Falando no final do primeiro dia de debates, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, denunciou a "partidarização do Estado" moçambicano e a "perseguição" que disse atingir os militantes e ex-guerrilheiros do seu partido.
Antes, em Nampula, onde reside, Dhlakama, em declarações à Lusa, afastou o cenário de regresso à guerra, mas ameaçou com a realização de manifestações contra o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
"A reunião de Quelimane vai ser uma reunião muito importante para perguntar ao Guebuza e a outros: ‘irmãos, camaradas, querem ainda essa paz, entre aspas, que beneficia apenas vocês ou querem que haja confusão, como acontece na Guiné-Bissau, aqui em Madagáscar, e acontece um pouco pelo continente africano'?", disse o líder da Renamo.
"Agora, já estamos preparados para assustar a Frelimo. Não (com) guerra, (mas com) manifestação, que sabemos que vamos ganhar. Eles vão disparar, podemos morrer alguns de nós, mas vamos tomar conta de Moçambique", assegurou Dhlakama.