O presidente egípcio, Mohamed Mursi, tomou nesta quinta-feira medidas de carácter constitucional que ampliam seus poderes e destituiu o procurador-geral do país, anunciou seu porta-voz.
"O presidente pode tomar qualquer decisão ou medida para proteger a revolução", declarou seu porta-voz, Yaser Ali, que leu uma "declaração constitucional" na televisão.
"As declarações constitucionais, decisões e leis emitidas pelo presidente, são definitivas e não podem ser apeladas", acrescentou.
O islamita também decidiu destituir o procurador-geral, Abdel Meguid Mahmud, que devia ter deixado o cargo há um mês.
O procurador-geral assumiu o cargo durante o regime do presidente Hosni Mubarak, derrubado em fevereiro de 2011.
Mursi, o candidato da Irmandade Muçulmana eleito em junho, não conseguiu enviá-lo como embaixador ao Vaticano no mês passado porque Mahmud se opôs categoricamente.
Muitos magistrados haviam condenado a tentativa de Mursi de afastar o procurador-geral, por considerar a atitude uma interferência do Poder Executivo nos assuntos judiciais.