A Suprema Corte do Egipto e a Corte de Cassação denunciaram nesta quarta-feira o decreto presidencial de 22 de novembro com o qual o chefe de Estado Mohamed Mursi ampliou seus poderes.
A Suprema Corte considera injustificáveis as críticas de parcialidade formuladas contra o tribunal pelo presidente, enquanto a Corte de Cassação anunciou a suspensão dos trabalhos até que Mursi anule o polêmico decreto.
"Há um ataque contra a Suprema Corte Constitucional, circularam informações falsas sobre ela", declarou à imprensa o presidente do principal tribunal egípcio, Maher al-Beheiry.
Al-Beheiry rebateu a acusação de Mursi de que a Suprema Corte era parcial e exigiu que o presidente apresente provas.
Em 22 de novembro, Mursi decretou que nenhuma instância judicial poderia dissolver a comissão responsável por redigir a futura Constituição egípcia.
Criticada pelos liberais e laicos, que a acusam de estar dominada pelos islamitas, a comissão enfrenta um recurso na Suprema Corte.
Já a Corte de Cassação anunciou que inicia uma greve até a suspensão do decreto por Mursi.
"A Corte suspende os trabalhos até que o decreto seja anulado", informou a agência oficial MENA.
Os partidários de Mursi consideram que os poderes extraordinários atribuídos pelo decreto de 22 de novembro permitirão que o presidente inicie reformas indispensáveis no caminho para a democracia e terminarão com a adoção da nova Constituição, prevista para os próximos meses.