Antecipando os tempos previstos na tentativa de pôr fim às violências em acto no Egipto iniciadas na quinta-feira quando o presidente, Mohammed Mursi, emitiu um decreto com o qual se atribuiu poderes quase absolutos, a partir de hoje a Assembleia constituinte começará a votar o texto de uma nova Constituição. Uma aceleração que corre o risco de agravar as tensões no país.
Quem confirmou o início das votações, não obstante se tenham retirado do organismo quase trinta representantes de numerosas facções, que acusam os islamistas de terem monopolizado o debate, foi Essam al Erian, conselheiro de Mursi e representante do partido dos Irmãos muçulmanos, força com a maioria no Parlamento do Cairo, desfeita após a setença de inconstitucionalidade das leis eleitorais proferida pelo Tribunal.
Segundo o esboço apresentado há algumas semanas aos meios de comunicação, o Egipto adopterá um sistema semi-presidencial, semelhante ao francês, e uma descentralização territorial. Contudo até agora não são claros os aspectos mais delicados do novo documento, sobretudo – esclareceram os analistas políticos internacionais – o papel que a lei islâmica desempenhará no futuro Egipto.