O primeiro-ministro tunisiano, Hamadi Jebali, prometeu nesta quinta-feira uma investigação sobre o uso da força pela polícia contra manifestantes na província de Siliana há três dias, e condenou com veemência a violência da multidão, que "ameaça a democracia".
"Vamos investigar um eventual uso excessivo da força e a origem da violência" nesta região situada a oeste de Túnis, declarou Jebali durante uma entrevista coletiva à imprensa.
"Nosso dever é fazer com que aqueles que são responsáveis por esta tragédia prestem contas".
O primeiro-ministro lamentou o grande número de feridos, principalmente pelo uso de armas de festim.
Dirigindo-se aos manifestantes, Jebali afirmou que os esforços do governo "talvez sejam insuficientes em matéria de desenvolvimento, mas o desenvolvimento não pode ocorrer em meio ao caos".
Em protestos que duraram três dias e terminaram com mais de 250 feridos, manifestantes pediram a saída do governador da província de Siliana, Ahmed Ezzine Mahjoubi, a libertação de manifestantes detidos desde abril de 2011 e ajuda econômica para esta região pobre, como a maioria das províncias do interior da Tunísia.
As reivindicações dos manifestantes não foram diferentes das da revolução de janeiro de 2011, que culminaram na queda do presidente Zine El Abidine Ben Ali: o fim da pobreza, do desemprego e as denúncias de arbitrariedade e violência por parte da polícia.
A região de Siliana é muito afetada por dificuldades econômicas. Segundo estatísticas oficiais, os investimentos nesta parte do país caíram 44,5% e a criação de empregos despencou 66% durante o período de janeiro a outubro de 2012, em comparação com o mesmo período do ano anterior.