O júri do prémio da Fundação Mo Ibrahim, que distingue a boa governação em África, decidiu, pelo segundo ano consecutivo, não atribuir o prémio este ano, anunciou hoje, em comunicado, a fundação.
"Este prémio pretende homenagear antigos chefes de Estado ou de Governo que, durante o mandato, desenvolveram um trabalho de excelência na liderança do país, e ao fazê-lo, apresentam-se como exemplos a seguir pela geração seguinte", acrescentou, de acordo com o comunicado da fundação.
Esta é a quarta vez em quatro anos que o Comité decide não atribuir o prémio, mas o empresário sudanês Mo Ibrahim, criador da fundação que financia o galardão, rejeitou que o problema seja o âmbito dos critérios ser muito limitado e que poderia ser alargado a outros dirigentes políticos.
Para ser galardoado, o vencedor tem de ser um antigo chefe de Estado africano ou de Governo eleito democraticamente que tenha cessado funções nos últimos três anos e que tenha servido o mandato para o qual foi constitucionalmente mandatado com comprovada excelência.
Em 2011, o prémio foi atribuído ao Presidente Pedro Pires de Cabo Verde pela "visão de transformar Cabo Verde num modelo de democracia, estabilidade e crescente prosperidade", sucedendo a Joaquim Chissano (2007) e a Festus Mogae (2008) como laureados do Prémio Ibrahim.
O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela foi também distinguido, em 2012, com um prémio honorário.
O prémio tem o valor total de 3,85 milhões de euros, pago ao longo de 10 anos, seguidos por uma atribuição anual vitalícia de 154 mil euros.