A Tanzânia vai lançar em Janeiro de 2018, o maior drone do mundo para apoiar a rede de entrega de medicamentos e sangue por pára-queda.
O drone, baptizado de “Zipline” vai poder efectuar duas mil entregas por dia a mais de mil unidades sanitárias em todo o país, incluindo encomendas de sangue, vacinas, anti-maláricos, e anti-retrovirais, depois do sucesso de um projecto menor no Rwanda.
“É uma medida bem acertada”, disse Lilian Mvule, um ancião de 51 anos, recordando-se de como a avó dela morreu de malária há dois anos.
“Ela precisava de uma urgente transfusão de sangue do grupo “O” (dador universal, mas que só pode receber sangue do mesmo grupo)”, disse ela à Thomson Reuters Foundation.
A malária é uma das maiores causas de mortalidade na Tanzânia e crianças abaixo dos cinco anos de idade muitas vezes necessitam de transfusão de sangue quando desenvolvem anemia, provocada por malária. Quando há falta deste líquido em stoque, como frequentemente acontece com tipos raros de grupos sanguíneos, elas podem morrer.
O governo tanzaniano muitas vezes enfrenta dificuldades para garantir entregas de medicamentos às cerca de cinco mil unidades sanitárias do país, particularmente nas zonas rurais.
Os drones podem atingir uma velocidade de 100 quilómetros por hora, mais velozes do que uma viagem por terra. Pequenos pacotes são lançados de pára-quedas biodegradáveis.
O governo espera também salvar as vidas de milhares de mulheres que morrem de hemorragias pós-parto.
A Tanzânia tem uma das mais altas taxas de mortalidade materna, com 556 mortes por cem mil partos, segundo estatísticas do governo.
“Este é um problema que podemos ajudar a resolver com entregas por drone sempre que há uma requisição,” disse Keller Rinaudo, chefe executivo da empresa Zepline. “Os países africanos estão a mostrar ao mundo como isso se faz.”
Empresas nos Estados Unidos e noutros países estão interessadas em usar drones para reduzir o tempo de entrega e custos, mas existem obstáculos, desde o risco de colisão com aviões até à garantia de longevidade e segurança das baterias.
Os drones vão reduzir em cerca de 58 mil dólares americanos o custo de entrega de medicamentos, por exemplo em Dodoma, uma das duas regiões onde o projecto vai iniciar, disse o Departamento de Desenvolvimento Internacional, um dos apoiantes do projecto