A situação no Zimbabué continua confusa. O país está ou não a viver um golpe de estado?
A comunidade internacional apela à calma. Os militares garantem que a intervenção “não é um golpe militar contra o governo”, mas uma operação contra elementos próximos dos presidentes Robert Mugabe, no âmbito da luta pela sucessão do poder.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, esclarece: “Nós sabemos que há problemas no seio do partido do poder, provavelmente sobre a eventual sucessão do presidente Mugabe. Há divergências e esperamos que isso não conduza ao derramamento de sangue”.
Segundo as últimas informações os militares estarão a preparar a sucessão de Robert Mugabe e o objetivo da intervenção é evitar que a esposa, Grace Mugabe, figura controversa do partido Zanu-PF, assuma o poder. Aos rumores de que Grace terá saído do país o representate do partido em Londres, Nick Mangwana afirma:
“A primeira-dama, Grace Mugabe, está neste momento no Zimbabué. As indicações de que está fora do país são incorrectas. Se ela fez acelerar os acontecimentos? Fez. Ela contribuiu bastante”.
Numa conversa telefónica com o presidente sul-africano, Jacob Zuma, Mugabe terá dito que se encontra em prisão domiciliária.
A crise instalou-se após a destituição na semana passada do vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, num braço-de -ferro com Graça Mugabe. Mnangagwa terá fugido do país após a destituição.