O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou à "contenção" das forças de segurança da República Democrática do Congo, onde pelo menos oito pessoas morreram no domingo e cerca de cem foram detidas.
Num comunicado divulgado por um porta-voz em Nova Iorque, António Guterres apelou "ao governo e às forças nacionais de segurança para que dêem provas de contenção e para que respeitem os direitos do povo congolês no que diz respeito à liberdade de expressão e [ao direito] de se manifestar pacificamente".
Recorde-se que pelo menos oito pessoas morreram no domingo (31.12) e uma centena de outras foram detidas na sequência de manifestações de religiosos contra a permanência no poder do Presidente Joseph Kabila, que na mensagem de Ano Novo dirigida aos congoleses foi omisso quanto à sua eventual saída da Presidência.
Kabila assegurou que a publicação do calendário de actividade política na RDC - que prevê a realização de presidenciais a 23 de Dezembro de 2018 - "conduz de forma irreversível à organização de eleições".
No entanto, os católicos congoleses manifestaram-se no domingo porque um acordo - assinado há um ano sob a égide dos bispos locais - previa a realização de eleições no final deste ano, com vista à saída de Kabila, cujo mandato terminou em Dezembro de 2016.