A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denunciou esta Quarta-feira que a polícia “profanou” igrejas, este domingo, na República Democrática do Congo.
Os factos aconteceram na sequência de manifestações contra o presidente Joseph Kabila, nas quais 12 pessoas morreram e mais de 100 foram detidas, assinala a nota divulgada pela AIS.
“Há relatos que as forças da polícia chegaram a invadir igrejas na capital, Kinshasa, quando perseguiam manifestantes, tendo inclusivamente utilizado gás lacrimogéneo dentro dos templos”, explica a fundação pontifícia.
Na informação enviada à Agência ECCLESIA, a AIS assinala que as manifestações também “mobilizaram a comunidade católica”, mas “apesar do seu carácter pacífico” as autoridades dispararam “contra a multidão”.
Em Kananga, na região do Kasai, a este da capital, os militares mataram um homem quando “abriram fogo sobre os manifestantes católicos” que “marchavam contra” o presidente Joseph Kabila.
Em comunicado, o secretário-geral das Nações Unidas pediu “ao governo e às forças nacionais de segurança provas de contenção” e respeito pelos “direitos” dos congoleses na sua “liberdade de expressão” e de manifestarem-se “pacificamente”.
António Guterres considera que o Governo da República Democrática do Congo devia “estar empenhado em respeitar o acordo com os bispos e realizar eleições”.
O acordo mediado pela Igreja Católica previa eleições até final de 2017.
A governar a República Democrática do Congo desde Janeiro de 2001, após o assassinato do seu pai, Laurent-Désiré Kabila, o mandato de Joseph Kabila terminou em Dezembro de 2016.
Neste contexto, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre realça que Governo e oposição “nunca conseguiram chegar a acordo sobre o mecanismo de partilha de poder”.