O presidente da República de Moçambique afirmou que “o povo espera com alegria a visita do Papa Francisco”, na sua passagem por Roma onde visitou a Comunidade de Santo Egídio e agradeceu a ajuda recente e histórica pela paz.
“O povo moçambicano espera com alegria a visita do Papa Francisco, peregrino da paz e do Evangelho. Estamos honrados pela próxima visita do pontífice”, disse Filipe Nyusi.
O Papa vai visitar Moçambique, Madagáscar e Maurícias, de 4 a 10 de Setembro.
O programa oficial da viagem apostólica começa a 5 de Setembro mas Francisco chega à capital moçambicana pelas 18h30 (mais uma hora em Angola) do dia anterior, após um voo de 10 horas e meia desde Roma, sendo acolhido no aeroporto de Maputo.
Em Roma, o presidente de Moçambique visitou a Comunidade de Santo Egídio que definiu como a “casa da paz e de Moçambique”, recordando que foi na sua sede que foram feitas as negociações que permitiram a assinatura do Acordo Geral de Paz entre Frelimo e Renamo, a 4 Outubro de 1992, em Roma.
Dois anos depois da Guerra de Independência com Portugal, Moçambique entrou em guerra civil, de 1977 até 1992, morreram cerca de um milhão de pessoas, cerca de cinco milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, e o acordo de paz – entre Joaquim Chissano, então presidente moçambicano, e Afonso Dhlakama, chefe da Renamo – foram conseguidos com o apoio da comunidade conhecida como a “pequena ONU católica”.
“Agradeço particularmente aos inúmeros jovens moçambicanos e os voluntários da Comunidade de Santo Egídio, que trabalharam incansavelmente para ajudar as vítimas do ciclone. Também com a ajuda de Santo Egídio vamos reconstruir a cidade de Beira”, disse ainda Filipe Nyusi, sobre a solidariedade mais recente depois da passagem do ciclone Idai, em Março deste ano, que atingiu principalmente a região de Beira, causando a morte de 600 pessoas em Moçambique, e afectou também o Maláui e o Zimbábue
Em declarações recentes à Agência ECCLESIA, o arcebispo da Beira lamentou que o Papa Francisco não possa visitar o local atingido directamente pelo ciclone Idai apelando a maior consciência sobre o impacto das alterações climáticas.
“Teria sido um gesto de consolação para as pessoas e uma forma de chamar a atenção para as mudanças climáticas e para esta cidade, que está a tentar reerguer-se; Ele não irá desperdiçar esta ocasião para indicar o caminho e rumo para uma boa governação”, disse Dom Claúdio Dalla Zuanna.