Durante a Audiência Geral, no Vaticano, a preocupação do Papa Francisco com a situação na República Democrática do Congo”; o olhar para a tragédia do extermínio nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial; e a saudação aos chineses pelo Ano Novo Lunar.
Expresso minha preocupação com o agravamento da situação na República Democrática do Congo”, disse o Papa na conclusão da Audiência Geral desta quarta-feira. “Exorto todas as partes envolvidas no conflito a se comprometerem com o fim das hostilidades e com a proteção da população civil em Goma e em outras áreas afetadas por operações militares”.
Francisco destacou ainda que acompanha com apreensão o que está acontecendo na capital Kinshasa, “esperando que todas as formas de violência contra as pessoas e suas propriedades cessem”.
“Enquanto rezo pela pronta restauração da paz e da segurança, peço às autoridades locais e à comunidade internacional que façam todos os esforços para resolver com meios pacíficos a situação de conflito”.
Situação
O leste do Congo mergulhou no caos, com Goma sendo palco de ferozes confrontos entre o exército congolês e o grupo armado M23 apoiado por Ruanda, cujos soldados entraram, no domingo com os rebeldes na principal cidade da região. Os pesados combates deixaram mais de 100 mortos e quase mil feridos entre civis e soldados destacados como parte de duas forças regionais e da ONU em apoio a Kinshasa, que solicitou às Nações Unidas para impor sanções a Kigali, cujos reforços ao M23 representariam “uma declaração de guerra”.
Alarme da Cruz Vermelha.
Embaixadas estrangeiras invadidas, bancos e supermercados assaltados, hospitais lotados de feridos, manifestações nas principais praças da capital Kinshasa: o número de mortos no confronto em curso na cidade de Goma, localizada na parte oriental da República Democrática do Congo, é trágico. Somente na segunda-feira, 27 de janeiro, os violentos combates entre o exército nacional congolês e os rebeldes do M23, apoiados por Ruanda com pelo menos 3.500 soldados, mataram pelo menos 17 pessoas e feriram outras 370. Nas últimas horas o número de mortos subiu para mais de 100. Os rebeldes também teriam assumido o controle do aeroporto de Goma.
Apelo de representantes católicos
“A ansiedade só aumenta em toda a cidade”, disse dom Willy Ngumbi, bispo de Goma, falando à mídia do Vaticano. “Fugir novamente, mas para onde?”, o bispo se perguntou, lembrando como ‘essa situação já causou enorme sofrimento à população’. Em torno de Goma 'há mais de dois milhões e meio de pessoas deslocadas'.
O padre Gianni Magnaguagno, por outro lado, está em Uvira, onde, apesar de estar a mais de 300 quilômetros de Goma, “os jovens se reuniram na praça para se manifestar contra a guerra”, disse ele à mídia do Vaticano, “e tudo o que fazemos é rezar e esperar que não entremos no meio de outra guerra que só criaria mortes inúteis”. A ganância humana parece não ter fim. A situação atual é um desastre. Como sempre, quando há problemas, os congoleses reagem, muitas vezes atacando aqueles que não têm culpa, mas é inevitável admitir que a comunidade internacional tem culpa nessa situação.
Saudação aos poloneses
Ainda na Audiência Geral desta quarta-feira o Papa Francisco durante sua saudação aos fiéis poloneses recordou as vítimas do extermínio nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial.
“Nestes dias, lembramos de seus compatriotas que, juntamente com membros de outras nações, foram vítimas de extermínio nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Irmãos e irmãs, sejam guardiões da verdade e da memória dessa tragédia e de suas vítimas, entre as quais não foram poucos os mártires cristãos".
Francisco destacou que “é um alerta para o compromisso constante com a paz e a defesa da dignidade da vida humana em todas as nações e em todas as religiões”.
Ano Novo Lunar
Na saudação aos fiéis chineses recordou que eles celebram hoje o Ano Novo Lunar: “queridos irmãos e irmãs, no leste da Ásia e em diversas partes do mundo, milhões de famílias celebram hoje o Ano Novo Lunar, uma ocasião para viver com maior intensidade as relações familiares e de amizade. Com meus melhores votos para o Ano Novo, que minha bênção chegue a todos vocês”.
Com meus melhores votos para o Ano Novo, - acrescentou o Papa - que minha bênção chegue a todos vocês, enquanto invoco para cada um a paz do Senhor, a serenidade e a saúde.
Saudação aos fiéis de língua portuguesa
Já na saudação aos fiéis de língua portuguesa o Papa recordou: “Deus não cessa de nos sonhar como homens e mulheres de esperança, de concórdia e de paz, como pessoas que não se deixam abater pelas adversidades. Desejo a cada um de vós a coragem de vos sonhardes exatamente assim como Deus vos sonha. Que o Senhor vos abençoe!”