Hospitalizado quarta-feira para "exames de rotina", o primeiro presidente do pós-apartheid fora de facto vítima de uma infecção respiratória aguda. A ausência de informações sobre o seu estado de saúde originou apreensão e rumores, dissipados quando um longo comboio de veículos deixou ontem, por volta das 12.00, o Hospital de Milpark, em Joanesburgo.
Muitos funcionários do hospital saíram para assistir à partida de Mandela, que foi levado de maca para uma ambulância militar. Os jornalistas e fotógrafos foram mantidos à distância, apenas lhes sendo possível fixar o momento em que o antigo presidente, de 92 anos, era transportado para aquele veículo.
Pouco antes de Mandela deixar Milpark em direcção a Houghton, o subúrbio de Joanesburgo onde reside, o vice-presidente Kgalema Motlanthe (ver caixa) e o responsável pelo serviço de saúde das forças armadas sul-africanas, Vijay Ramlakan, estiveram presentes numa conferência de imprensa no hospital.
"Madiba [tratamento honorário atribuído aos membros do seu clã] teve uma infecção respiratória aguda, foi tratado e está a responder muito bem", afirmou Ramlakan, que considerou esta situação "comum" entre as pessoas com a idade do líder histórico da luta contra a política de segregação racial na África do Sul.