Os pescadores senegaleses observavam esta quinta-feira "um dia sem peixe", diversamente seguida em todo o país, para protestar contra as autorizações de pesca concedidas pelo governo a navios estrangeiros, soube-se junto dos seus sindicatos.Este apelo de interrupção do trabalho durante um dia, lançado pela Associação dos armadores e industriais da pesca no Senegal (Gaipes) e dos actores da pesca artesanal, foi diversamente seguido, de acordo com fontes concordantes.
Em Mbour e Joal, duas primeiras zonas de pesca do país, o movimento foi largamente seguido, segundo um responsável da Gaipes, Dougoutigui Coulibaly, contactado pela AFP.
A aderência foi menor em Kayar, terceiro porto de pesca, devido a uma "informação mal passada aos pescadores", indicou à AFP o presidente do Colectivo Nacional dos Pescadores do Senegal (CNPS), Abdoulaye Guèye Diop.
Alguns pescadores foram igualmente ao mar nas zonas de pesca da região de Dakar, segundo a Gaipes.
Esta organização opõe-se, com os pescadores artesanais, às autorizações recentemente concedidas pelo Estado senegalês a "22 arrastões russos, belizeanos, mauricianos, ucranianos e comorienses" a fim de pescar espécies pelágicas das quais as sardinhas e os carapaus, segundo com esta organização.
O ministério senegalês da Economia marítima considera que estas embarcações estrangeiras foram autorizadas a pescar peixes migratórios aos quais os senegaleses não podem aceder por falta de meios.
A pesca no Senegal, um dos principais sectores fornecedores de divisas do país, é atacada há vários anos por uma rarefacção do recurso e uma diminuição dos rendimentos dos pescadores.
