A ex-presidente Cristina Kirchner compareceu à Justiça mais uma vez, nesta terça-feira, 18, no âmbito de um processo por lavagem de dinheiro, um dia depois de ver sua prisão preventiva solicitada no caso dos chamados "cadernos da corrupção".
A senadora entregou um texto ao juiz Sebastián Casanello rejeitando qualquer acusação ligada ao caso conhecido como a "rota do dinheiro K", que indaga a suposta expatriação e posterior repatriação de cerca de US$ 60 milhões em uma tentativa de legitimar esses capitais.
"Não apenas desconheço por completo essa suposta manobra, como não existe qualquer elemento de prova que me vincule à mesma", alegou a ex-presidente.
Segundo a acusação, a operação aconteceu entre 2010 e 2013, quando Cristina Kirchner, uma peronista de centro esquerda, governava a Argentina.
O centro desse processo é Lazaro Báez, um ex-caixa de banco que criou um império de negócios em Santa Cruz, onde ganhou licitações de petróleo e obras públicas nos governos de Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015).
O empresário é dono de vários apartamentos, além de casas e terrenos. Entre suas propriedades, estão cerca de 25 campos, em um total de 400 mil hectares na Patagônia.
Em uma de suas propriedades em El Calafate, foram feitas escavações há dez dias, pela segunda vez em dez anos e sem sucesso, em busca de dinheiro enterrado em contêineres.
"Podem continuar vigiando meus movimentos e os da minha família, ouvir minhas conversas por telefone de modo clandestino, ou escavar toda Patagônia argentina, ou onde quiserem, que nunca vão encontrar nada com que possam me envolver, porque nunca me apoderei de dinheiro ilícito algum", frisou Cristina em sua alegação por escrito ao juiz.