No meio da tragédia, surgem histórias de amor e sacrifício. Primeiro a de Jordan Anchondo, a mulher de 25 anos que morreu ao proteger o filho bebé e a salvá-lo do ataque em El Paso. Depois a de Andre, 24 anos, marido de Jordan e pai da criança que sobreviveu, também morto no tiroteio ao tentar proteger a mulher e o filho.
Segundo conta o jornal norte-americano "The Washington Post", Jordan e Andre tinham acabado de deixar a filha mais velha no treino de "cheerleading" (claque feminina), quando entraram no parque de estacionamento do hipermercado Walmart, onde centenas de pessoas se encontravam a fazer compras para o regresso às aulas. O casal pegou no bebé de dois meses e entrou no estabelecimento.
Além das compras escolares, os pais precisavam de comprar decorações para a festa de aniversário da filha mais velha, que iria completar seis anos. O irmão de Andre, Tito Anchondo, revelou ao "The Washington Post" que a família e amigos iriam visitar pela primeira vez a nova casa do casal naquele dia.
Depois veio o terror. Vinte e duas pessoas morreram naquele dia, vítimas de um tiroteio no Walmart, em El Paso. Jordan e Andre não atendiam o telemóvel. Horas depois, Tito Anchondo recebeu a chamada que temia: as autoridades pediam-lhe que fosse ao hospital.
Jordan estava a segurar o filho nos braços quando morreu, contou Leta Jamrowski. A mulher caiu sobre o bebé quando desabou no chão, quebrando-lhe alguns dos pequenos ossos, mas mantendo-o vivo, afirmou a irmã de Jordan.
A tia de Jordan, Elizabeth Terry, disse à CNN que quando o bebé foi "retirado de debaixo do corpo", tinha o sangue da mãe sobre ele. O filho de Jordan e Andre, chamado Paul, ficou apenas com alguns dedos partidos e agora está em casa a recuperar.