O Presidente dos EUA, Donald Trump, justificou esta segunda-feira a decisão norte-americana de retirar forças militares da Síria, dizendo que quer deixar aos protagonistas regionais a tarefa de "resolver a situação".
O Governo dos Estados Unidos anunciou no domingo que não iria obstaculizar uma operação turca contra as milícias curdas, no norte da Síria, dizendo que retiraria o seu contingente militar de várias zonas deste país, para abrir espaço de manobra para o plano de Ancara.
"Turquia, Europa, Síria, Irão, Iraque, Rússia e curdos terão agora de resolver a situação", disse Donald Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter, na sua primeira reacção a este tema.
"Está na hora de abandonarmos estas guerras ridículas e sem fim, muitas das quais tribais", escreveu o Presidente norte-americano, que em Dezembro de 2018 tinha anunciado a retirada das forças militares dos EUA estacionadas na Síria, com idêntico argumento.
"Os Estados Unidos deviam ter ficado na Síria por 30 dias, há muitos anos. Nós ficámos e envolvemo-nos cada vez mais profundamente em batalhas sem propósito", explicou Trump, numa longa série de tweets sobre este tema.
O Presidente norte-americano reconhece que as milícias curdas estiveram ao lado dos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico, participando de uma coligação internacional para derrotar aquele movimento terrorista, mas diz que elas já foram suficientemente recompensadas por esse esforço.
"Os curdos lutaram ao nosso lado, mas foram pagos com massivas quantidades de dinheiro e equipamentos para o fazer", explicou Trump, acrescentando que os EUA "combaterão onde for para seu benefício e combaterão apenas para ganhar".
Depois do anúncio de saída das forças militares dos Estados Unidos na região, as Nações Unidas já reagiram dizendo que estão "preparadas para o pior" e a União Europeia disse que condena qualquer ofensiva turca na Síria.