Centenas de manifestantes invadiram nesta quinta-feira a embaixada dos Estados Unidos em Sana durante um protesto contra um vídeo sobre o profeta Maomé considerado ofensivo pelos muçulmanos, que já causou ataques violentos contra legações americanas na Líbia e no Egipto. De acordo com a agência de notícias AFP, uma pessoa morreu e outras cinco ficaram feridas na reação à manifestação.
Os manifestantes derrubaram a porta principal do complexo da legação diplomática, onde também fica a residência do embaixador. Dentro do recinto, só chegaram até ao pátio interior, já que não conseguiram entrar em nenhum dos edifícios do complexo. Ainda assim, queimaram uma bandeira americana e vários veículos, e quebraram as janelas de alguns imóveis.
Os fuzileiros da embaixada atiraram para o alto para dispersar os manifestantes, enquanto a polícia iemenita lançou gás lacrimogêneo e usou canhões de água. Os agentes cercaram a legação diplomática após ter conseguido expulsar os manifestantes, mas choques continuaram nas imediações.
A Embaixada dos EUA no Iêmen é um dos edifícios mais fortificados de Sana. Hoje, a sede diplomática estava fechada porque o fim-de-semana no Iêmen é na quinta-feira e na sexta-feira. Testemunhas disseram que os manifestantes conseguiram entrar no complexo porque os guardas iemenitas que o protegem não fizeram nada para impedir.
Além do Iêmen, o Egipto é hoje palco de confrontos nos arredores da legação americana, que já deixaram 16 feridos, desencadeados após os protestos contra um vídeo supostamente realizado por um cidadão americano-israelense no qual Maomé é ridicularizado.
O controvertido vídeo foi supostamente o estopim do protesto frente ao consulado americano em Benghazi, no leste da Líbia, que acabou na noite de terça-feira em um ataque contra o edifício no qual morreu o embaixador Christopher Stevens e três funcionários da legação.