Quinze prisioneiros políticos foram libertados nesta segunda-feira em Mianmar, informara militantes à AFP, depois que a tv estatal anunciou uma anistia para mais de 500 presos.
O presidente, Thein Sein, concedeu uma anistia geral para um total de 514 prisioneiros, conforme indicou a tv, sem mencionar a existência de presos políticos, mas afirmando haver estrangeiros entre os agraciados.
A Geração 88, uma organização que milita para a democracia, informou que ao menos 15 presos políticos já foram libertados.
"No total, foram libertados dez prisioneiros do presídio de Insein: oito presos políticos, um indiano e um chinês", declarou à AFP, Nay Win, de 50 anos, membro da Liga Nacional pela Democracia (LND), da líder opositora, Aung San Suu Kyi.
"Apesar de continuarmos vivos, nossas vidas estão destruídas", afirmou o ex-preso, acrescentando que outros seis membros da LND também foram libertados ao mesmo tempo que ele.
"Agradeço à mãe Suu por nossa libertação. Não quero agradecer ao governo", disse ainda Nay Win, que foi condenado a oito anos de prisão em 2008 por ter denunciado a corrupção dos juízes.
Segundo a televisão, a anistia foi decidida para "servir à estabilidade do Estado e à paz eterna e para favorecer a amizade com os países vizinhos", dando a entender que poderão ser libertados vários chineses.
O próprio presidente Sein viajará a Pequim, onde permanecerá até o sábado.
O chefe de Estado viajará depois a Nova York, para a Assembleia Geral das Nações Unidas.
A junta militar, que permaneceu no poder durante meio século em Mianmar, cedeu o poder em março de 2011 a ex-generais que, desde então, vem empreendendo várias reformas.
Dessa forma, libertaram centenas de presos políticos, mas, segundo algumas organizações, restam ainda mais 300 entre as grades.