Israel vai implantar uma quinta bateria antimíssil "Domo de Ferro", seu sistema de defesa de fabricação israelense e que tem por objetivo proteger as localidades do país contra os disparos de foguetes palestinos.
Desde o início da operação "Pilar de Defesa" contra os grupos armados da Faixa de Gaza, na quarta-feira à tarde, as baterias do "Domo de Ferro" interceptaram e destruíram mais de 180 foguetes de um total de 500 disparados a partir do território palestino em 48 horas.
A primeira bateria foi instalada em março de 2011 na região de Beersheva, capital do deserto de Neguev (200.000 habitantes), a 40 km da Faixa de Gaza, e é carregada de foguetes Grad de fabricação russa.
Outras três baterias foram instaladas próximas às cidades costeiras de Ashkelon e Ashdod, ao sul da metrópole de Tel Aviv e perto da cidade de Netivot, a 20 km da Faixa de Gaza.
A quinta bateria deve ser entregue ao exército israelense no sábado, dois meses antes da data prevista, devido ao persistente lançamento de foguetes contra Israel, de acordo com o Ministério da Defesa.
"Seguindo as instruções do Ministério da Defesa, o departamento de pesquisa do Ministério tem acelerado o desenvolvimento de uma quinta bateria e sua transferência para a Força Aérea de Israel", indica um comunicado, acrescentando que "ela estará operacional na noite de sábado".
Cada bateria possui um radar de rastreamento, um software de controle de tiros e três lançadores, cada um equipado com 20 mísseis interceptores.
O sistema, que não tem como ser 100% eficaz, segundo seus próprios criadores, pode atingir em pleno voo projéteis a uma distância de 4 a 70 km.
Sua taxa de sucesso oscila entre 75% e 90% desde o início do novo ciclo de violência entre o exército israelense e militantes palestinos de Gaza, de acordo com estatísticas do exército, que explica ter como alvo apenas os projéteis que ameaçam cair em áreas povoadas.
O ex-diretor do programa de pesquisa sobre o "Domo de Ferro", Arieh Herzog, acredita que a eficácia do sistema está em constante aperfeiçoamento.
"Quando o sistema detecta um foguete, ele calcula seu ponto de impacto. Se ele se dirige para regiões povoadas, ele decide interceptar", ressalta.
De acordo com especialistas militares, um total de 13 baterias serão necessárias para garantir a cobertura completa do território israelense, o que levará vários anos. Contra rajadas simultâneas de mísseis, o sistema corre o risco de saturar devido ao número limitado de baterias disponíveis, advertem.
Essa proteção tem um custo elevado: cada tiro de bateria custa cerca de 50.000 dólares, de acordo com relatos da imprensa. A implementação do sistema, decidida em 2005, também foi adiada para melhor treinar a equipe, mas também porque era exageradamente cara.
Israel anunciou um investimento de um bilhão de dólares no desenvolvimento e produção dessas baterias.
O sistema "Domo de Ferro" foi desenvolvido pelo grupo de armamento público Rafael Defense Systems, baseado em Haifa (norte de Israel), e financiado em parte pelos Estados Unidos.
Israel também possui baterias antimísseis Arrow (Hetz em hebraico) capazes de interceptar mísseis balísticos, e David's Sling (Atiradeira de Davi) para projéteis de médio alcance.