O presidente Barack Obama chegou neste domingo a Bangcoc, primeira etapa de uma viagem na qual buscará acentuar o reequilíbrio da diplomacia americana em relação ao continente asiático e que incluirá uma visita histórica a Mianmar.
Obama se transformará nesta segunda-feira no primeiro presidente americano em exercício a ir a Yangun, ex-capital do país que até pouco tempo era criticado pela dureza de seu regime militar e que agora iniciou um sólido processo de democratização.
O presidente americano chegou à capital tailandesa pela manhã e, depois de se reunir com a primeira-ministra Yingluck Shinawatra, se encontrará com o rei Bhumibol Adulyadej, o mais antigo monarca do mundo, personagem reverenciado por muitos de seus súditos e que, aos 84 anos, é considerado um dos pilares da unidade de seu país.
Nas conversas com Shinawatra, Obama tratará de questões relacionadas com a luta contra o narcotráfico e o terrorismo.
As bases aéreas e os portos da Tailândia são vitais para a rede militar americana, e o Pentágono realiza todos os anos exercícios militares conjuntos.
Em Yangun, Obama deve se reunir com seu colega Thein Sein, que multiplicou as reformas depois da dissolução da junta militar em março de 2011, e com a opositora Aung San Suu Kyi, cuja nova condição de deputada é um dos símbolos das espetaculares mudanças ocorridas no país.
Em seguida, pronunciará um discurso na Universidade de Yangun, importante centro dos movimentos estudantis, em particular as manifestações pró-democráticas de 1988.
Depois de sua passagem por Mianmar, na noite de segunda-feira viajará para Phnom Penh, para participar em uma cúpula dos países do sudeste asiático, para depois voltar aos Estados Unidos.
Durante seu primeiro mandato, Obama considerou a região Ásia-Pacífico o eixo de sua diplomacia, o que se traduziu numa maior cooperação militar com Austrália, Tailândia e Vietnam, e na decisão de mobilizar a maior parte da frota americana no Oceano Pacífico até 2020.
Dentro desta lógica, escolheu o sudeste asiático para sua primeira viagem depois de sua reeleição em 6 de novembro. É, além disso, a quinta viagem ao continente desde que assumiu o cargo, em 2009, em um momento em que as ambições territoriais chinesas causam preocupação na região.
As relações com a Tailândia datam da Guerra da Coreia (1950-1953), embora, em 2006, um golpe de Estado militar tenha provocado a suspensão durante um ano das relações militares com Bangcoc.
"A Tailândia é o mais antigo aliado por tratado dos Estados Unidos, um aliado desde 1954 e associado-chave no sudeste asiático", destacou Ben Rhodes, conselheiro adjunto do presidente para a segurança.
"Este reequilíbrio asiático constituirá uma parte crucial do segundo mandato do presidente e de sua herança em termos de política estrangeira", acrescentou Rhodes.