O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, confirmou nesta quarta-feira que o Irão concede uma ajuda "militar" ao movimento palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza.
"Temos orgulho de defender o povo palestino e o Hamas, (...) temos orgulho que nossa ajuda tenha sido financeira e militar", declarou Larijani ao site do Parlamento ICANA.ir.
O Presidente do Parlamento não informou em que consiste a ajuda militar.
Teerão nunca fez mistério sobre sua contribuição material e financeira ao Hamas e à Jihad Islâmica palestina, que lutam contra Israel, mas sempre evitou expor ao mundo a ajuda militar.
O Irão foi acusado nos últimos dias por Israel de também ter fornecido aos grupos palestinos mísseis Fajr-5, com alcance de 75 km, usados contra o Estado judaico após o começo da ofensiva israelense na faixa da Gaza em 14 de Novembro.
O chefe da Jihad Islâmica, Ramadan Abdullah Challah, reconheceu nesta terça-feira à emissora Al-Jazeera que os grupos palestinos de Gaza usavam armas iranianas nos ataques contra Israel, mas não informou o tipo de armamento nem como foram entregues.
"Todo mundo sabe. Não é segredo. As armas da resistência na Palestina, diante da agressão (...) israelense, são essencialmente de origem iraniana: são armas iranianas ou compradas com financiamento iraniano", declarou.
O comandante dos Guardiões da Revolução, o general Mohammad Ali Jafari, afirmou nesta quarta-feira à agência Isna que Teerão "fornece ajuda técnica e tecnológica a todos os muçulmanos que lutam contra a arrogância mundial", expressão consagrada pela retórica oficial iraniana para designar o Ocidente e Israel.
Contudo, continuou, " não podemos ajudar actualmente (a resistência palestina) porque Gaza está sitiada".
Ele afirmou também que os mísseis Fajr-5 lançados de Gaza contra Israel "não foram fornecidos pelo Irão, mas a tecnologia dos mísseis foi". "Esses mísseis podem ser produzidos rapidamente" pelos grupos palestinos, acrescentou.
O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, criticou por sua vez "os governos dos países islâmicos, principalmente árabes", que "não tiveram a atitude correta diante dos eventos em Gaza, alguns se contentando com poucas palavras e outros nem sequer condenando" os bombardeios israelenses.
"Os países islâmicos, principalmente os árabes, deveriam ajudar a população oprimida de Gaza quebrando o bloqueio desse território" por Israel, afirmou.
O aiatolá Khamenei fez questão de citar "os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França, que não mexeram um dedo contra o regime sionista cruel e brutal".
"Apoiando e encorajando esses criminosos, eles mostraram como os inimigos do Islão estão afastados de qualquer pingo de humanidade", completou o líder supremo iraniano.