Mais de dois anos depois da violenta dispersão das manifestações dos "camisas vermelhas" em Bangcoc, o processo por terrorismo dos dirigentes do movimento tailandês teve início nesta sexta-feira, em um julgamento de importantes conotações políticas.
Os 24 líderes "vermelhos", incluindo cinco parlamentares, podem, em tese, ser condenados à morte pelo papel nas manifestações que reuniram até 100.000 pessoas na capital.
Os militantes, que exigiam a queda do governo da época, só desistiram após uma brutal ofensiva do exército no centro da capital. A crise, a mais violenta na Tailândia moderna, deixou 90 mortos e 1.900 feridos.
A maioria eram leais ao ex-premier no exílio Thaksin Shinawatra, derrubado em 2006 por um golpe de Estado e que, do exterior, continua sendo a personalidade central do tabuleiro político nacional.
Desde então, o clã Thaksin venceu as eleições de 2011 e sua irmã Yingluck dirige o governo. Um dos dirigentes "vermelhos" acusados é vice-ministro.
Os líderes do movimento compareceram em liberdade à audiência, com exceção de três que permanecem detidos. Todos se declaram inocentes das acusações de "terrorismo" e "estímulo à violência".
O reino da Tailândia segue profundamente dividido entre os pró- anti-Thaksin, o que gera tensão política no país.
O governo de Yingluck deseja votar uma anistia completa para os atos de violência política desde 2005, que beneficiarias os dois lados e, em particular, seu irmão Thaksin, que foi condenado a dos anos de prisão por fraude financeira.