Com jeito de referendo sobre o governo de Benjamin Netanyahu e com o descontentamento com a economia como um dos principais factores, as eleições parlamentares antecipadas israelenses registavam até o início da tarde desta terça-feira (hora local) o maior comparecimento às urnas desde 1999. Menos de um dia depois de Netanyahu dizer que se for eleito não permitiria a criação de um Estado palestino, observou-se também um aumento na participação de eleitores árabes-israelenses.
Pela manhã, a participação foi 20% maior do que nas eleições de 2013, quando Netanyahu conseguiu seu terceiro mandato. Até as 14h locais, 36,7% dos eleitores já haviam votado, o maior índice dos últimos 16 anos — em 2013 foram registados 38,3% mas os dados se referiam a apenas 400 secções eleitorais, enquanto os actuais são relativos às quase 10 mil em funcionamento. O movimento era grande nos locais de votação e até uma noiva, já pronta para o casamento, passou para deixar seu voto antes da cerimónia.
Em aldeias e cidades árabes, longas filas se formavam diante das secções, mas a Lista Árabe, coalizão de partidos, estava cautelosa e procurava não se mostrar optimista.