Maior aliado dos EUA no Oriente Médio, Israel seria dono das informações secretas que o presidente Donald Trump supostamente vazou para o chanceler e embaixador russos, disseram ao "New York Times" e à NBC funcionários da Inteligência e do governo americanos. O Congresso e a Comissão de Inteligência do Senado querem mais informações sobre os relatos de que Trump compartilhou inadvertidamente informações confidenciais sobre o combate ao Estado Islâmico. Os conteúdos seriam tão delicados que não poderiam nem mesmo ser tratados dentro de certas esferas do governo americano e teriam colocado em risco a vida de um espião israelense infiltrado no Estado Islâmico.
Israel é uma das maiores fontes de Inteligência contraterrorista no Oriente Médio. Caso haja indícios de que informações obtidas pelo país foram entregues sem autorização aos russos, a Casa Branca correria o risco de afetar profundamente uma já fragilizada relação entre os dois países. O "New York Times" destacou ainda que o Irã, como aliado dos russos, poderia fazer uso das informações coletadas para exercer maior influência na região.
Funcionários citados sob anonimato pelo "Washington Post" afirmam que as informações compartilhadas por Trump diziam respeito à proibição de notebooks em aviões por uma ameaça do Estado Islâmico, e foram transmitidas ao chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, e ao embaixador do país nos Estados Unidos, Sergey Kislyak, no encontro de 10 de maio no Salão Oval da Casa Branca. A informação teria sido passada à Inteligência americana pelo país aliado oficialmente não identificado, com conhecimento das rotinas internas do grupo jihadista, e foi considerada tão importante que não foi transmitida a outros aliados e teve circulação restrita dentro do próprio governo americano.
Questionado pela NBC, o embaixador israelense, Ron Dermer, não confirmou a informação de que seu país seria o autor dos supostos relatórios, assim como fizera a Casa Branca.