Em seu primeiro pronunciamento após seis dias de protestos contra o governo, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou os "inimigos da nação" de responsabilidade pela crise política. Contra as dificuldades económicas e o autoritarismo do regime de Teerã, os manifestantes saem às ruas em diversas cidades e são reprimidos pelas forças de segurança. No total, já são 21 mortos e mais de 450 detidos na onda de manifestações iniciada na última quinta-feira em Machhad, a segunda cidade mais populosa do país.
As mortes agravam a crise no país, que encara as manifestações mais robustas contra o seu regime desde 2009, quando milhões de pessoas saíram às ruas para protestar contra a reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad, sob acusações de fraude eleitoral.
- Nos acontecimentos dos últimos dias, os inimigos se uniram e estão usando de todos seus meios, seu dinheiro, suas armas, suas políticas e seus serviços de segurança para criar problemas para o regime islâmico — afirmou Khamenei, em uma declaração transmitida pela emissora de televisão oficial.
-Esperam apenas uma chance para se infiltrar e atacar o povo iraniano. O que pode impedir o inimigo de agir é o espírito de coragem, de sacrifício e a fé do povo, dos quais vocês são testemunha.