Síria e seus aliados da Rússia acusaram nesta segunda-feira Israel por um ataque contra uma base militar na região central do país, que deixou pelo menos 14 mortos, incluindo iranianos. A agência estatal síria havia acusado inicialmente o governo dos Estados Unidos, mas depois modificou sua declaração. Na madrugada, vários mísseis atingiram a base T-4, que também é conhecida como a base aérea de Tiyas. O incidente surge em meio à preocupação internacional sobre um ataque químico com cloro na cidade de Douma, em Ghouta Oriental.
"A agressão israelense no aeroporto T-4 foi realizada por aviões F-15 que lançaram vários mísseis", afirmou uma fonte militar citada pela agência oficial SANA.
A Rússia endossou a denúncia contra Israel. O ataque teria sido realizado entre as cidades de Homs e Palmira. De acordo com Moscou, cinco dos oito mísseis teleguiados foram destruídos pela defesa antiaérea síria e três atingiram a base:
"Dois aviões F-15 do exército israelense atacaram a base aérea entre 3h25 e 3h53 horário de Moscovo (21h25 e 21h53 de Brasília, domingo) com a ajuda de oito mísseis teleguiados a partir do território libanês, sem penetrar no espaço aéreo sírio", afirmou o Ministério russo da Defesa. "Nenhum assessor russo presente na Síria ficou ferido no ataque", afirma o comunicado.
A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem uma ampla rede de fontes para monitorar o conflito, informou que 14 militares morreram, incluindo pelo menos três sírios e iranianos. O director do OSDH, Rami Abdel Rahman, afirmou que as forças do regime, apoiadas por Rússia e Irã, assim como por combatentes da milícia libanesa Hezbollah, têm presença na base.
Israel advertiu em várias oportunidades que não aceitará que o Irã, seu grande inimigo, estabeleça trincheiras militares na Síria e bombardeou alvos iranianos neste país. Em Fevereiro, Israel acusou as forças iranianas presentes na base T-4 pelo envio de um drone ao território israelense.
Depois de bombardear unidades iranianas na Síria, um F-16 de Israel foi derrubado pela Síria em um dos momentos mais violentos do conflito. Em seguida, Israel executou o que chamou de acções de "grande escala" contra os sistemas de defesa aérea sírios e alvos iranianos, que segundo os comunicados incluíam a base T-4.