Ao menos 25 pessoas, incluindo nove jornalistas, morreram em dois atentados suicidas nesta segunda-feira em Cabul, o segundo dirigido especificamente contra a imprensa. O Estado Islâmico (EI) reivindicou os ataques. Segundo um balanço oficial do ministério do Interior além dos mortos há 49 feridos. Um jornalista da BBC morreu num ataque separado, no que foi considerado o dia mais letal para profissionais da imprensa no país desde que uma campanha liderada pelos EUA derrubou o Talibã em 2001.
Entre as vítimas há um fotógrafo da AFP, além de oito jornalistas de canais locais e regionais, como o TOLOnews, 1TV e Al Jazeera. A Radio Free Europe / Radio Liberty anunciou que três de seus jornalistas também foram mortos: Abadullah Hananzai, Maharram Durrani e Sabawoon Kakar. Um operador de câmera da rede local TOLOnews também morreu. Uma fonte das forças de segurança revelou que o homem-bomba que atacou os repórteres estava disfarçado como fotógrafo.
“Esse ataque terrorista é um crime de guerra e um ataque organizado à mídia afegã”, afirmou uma nota da Federação de Jornalistas do Afeganistão, exigindo uma investigação da ONU. “O ataque no coração de Cabul e na Zona Verde indica uma séria carência de segurança do governo.”
Segundo a BBC, o afegão Ahmad Shah, de 29 anos, que trabalhava para a emissora britânica há cerca de um ano, também foi morto a tiros quando estava a caminho de casa.
A ONG Médicos Sem Fronteiras também lamentou o ataque: “Sentimos profundamente a morte dos jornalistas e das demais pessoas no atentado no Afeganistão. De acordo com agências de notícias, o ataque tinha como alvo específico os jornalistas, o que é lamentável.”
Em um comunicado divulgado por sua agência de propaganda Amaq, o grupo extremista informou que o primeiro atentado atingiu a sede em Cabul do serviço de Inteligência e das forças de segurança afegãs segundo os jornalistas que seguiram para o local. A nota identifica o primeiro homem-bomba como Kaaka al-Kurdi, o que sugere que era de origem curda, e o segundo como Khalil al Qurashi.