Teerã retalia assassinato do general Quassem Soleimani por mísseis americanos. Segundo Pentágono, por enquanto não há informações de vítimas entre os americanos em Bagdá. Em nota lida na TV do Irã, Guarda Revolucionária afirma que, 'se os EUA responderem a esses ataques, haverá outros maiores'
A operação, segundo a imprensa iraniana, foi batizada como "Mártir Soleimani” e foi conduzida pela divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, que lançou mísseis superfície-ar contra as bases.
"A vingança feroz da Guarda Revolucionária já começou", disse a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã em um comunicado no Telegram, segundo o jornal The New York Times.
A base aérea de Al Asad fica a 120 quilômetros a oeste de Bagdá. Já a base de Erbil fica no norte do Iraque. Ainda não há informações oficiais sobre mortes e extensão dos danos, mas relatos iniciais indicam que nenhum americano ou membro das forças da coalizão que atua no Iraque foi morto ou ferido.
Pouco depois de o ataque ser anunciado pelos iranianos, o Pentágono confirmou a ação em um comunicado. “Aproximadamente às 17:30 (horário da costa leste dos EUA) de 7 de janeiro, o Irã lançou mais de uma dúzia de mísseis balísticos contra as forças militares dos EUA e da coalizão no Iraque. Está claro que esses mísseis foram lançados do Irã e tiveram como alvo pelo menos duas bases militares iraquianas que abrigam militares dos EUA e da coalizão em Al Assad e Erbil.”
Segundo o Pentágono, as bases já estavam em alerta máximo por conta de "indicações de que o regime iraniano planejava atacar" forças americanas na região.
Além de tropas americanas, Erbil também abriga pelo menos 115 militares da Alemanha que atuam como consultores e no treinamento de forças iraquianas e curdas. A base de Al Asad, por sua vez, também abriga cerca de 70 militares da Noruega e foi visitada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 2018.
Segundo a agência DPA, o comando local das Forças Armadas da Alemanha informou que nenhum soldado do país ficou ferido no ataque a Erbil. “Eles estão bem”, disse um porta-voz.
Já a Casa Branca afirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, foi informado sobre os ataques.
"Estamos cientes dos relatos de ataques às instalações dos EUA no Iraque. O presidente foi informado e está monitorando a situação de perto e consultando sua equipe de segurança nacional", disse Stephanie Grisham, secretária de imprensa da Casa Branca.
A equipe do presidente Trump chegou a afirmar que o presidente estava se preparando para um possível pronunciamento ainda esta noite, mas, depois, a Casa Branca informou que ele não falaria mais. Pelo Twitter, Trump disse que uma declaração oficial será divulgada na quarta-feira. “Até aqui tudo bem! Temos as forças armadas mais poderosas e bem equipadas do mundo!", escreveu o presidente, com uma retórica menos agressiva do que em tuites publicados nos últimos dias.