Morreu o padre Stan Swamy, defensor dos direitos humanos na Índia

Morreu o padre Stan Swamy, defensor dos direitos humanos na Índia

O padre Stan Swamy, Jesuíta indiano que foi preso a 8 de Outubro de 2020 sob falsas acusações de terrorismo, faleceu esta segunda-feira, aos 84 anos de idade, na sequência de complicações provocadas pela Covid-19, no hospital.

“A Companhia de Jesus assume o compromisso de levar adiante o legado do padre Stan Swamy e a sua missão de justiça e reconciliação”, afirmou o provincial dos Jesuítas indianos, o padre Stanislaus Souza, numa mensagem.

A Companhia de Jesus (Jesuítas) em Portugal informa que o sacerdote indiano aguardava no hospital pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que ia “pronunciar-se sobre a sua libertação por razões médicas”, esta terça-feira, 6 de julho, depois de ter sido adiado do dia 3.

O padre Stan Swamy morreu às 13h30 locais desta segunda-feira, 09h00 em Lisboa, com 84 anos de idade e 65 como Jesuíta.

Os Jesuítas lembram que o padre Stan Swamy dedicou “grande parte da sua vida” em defesa dos marginalizados, “numa missão de justiça e reconciliação”, e ao longo de cinquenta anos trabalhou “incansavelmente”, nomeadamente contra as “expropriações injustas” que têm afetado a comunidade Adivasis, povo indígena do Estado de Jharkhand.

“Terá sido esse trabalho que suscitou a sua detenção, em outubro, pela autoridade anti terrorista da Índia, a National Investigation Agency (NIA), que alegou ligações maoístas, das quais o P. Stan se disse sempre inocente. A detenção teve lugar na residência da Companhia de Jesus situada na periferia de Ranchi, localidade do Estado de Jharkhand, na zona oriental da Índia”, desenvolve a nota publicada online.

O padre Stan Swamy foi detido aos 83 anos, sofria de Parkinson e apresentava um estado de saúde de “enorme debilidade”, tendo sido “muito difícil assegurar-lhe as condições mínimas de dignidade”, foi “forçado a dormir no chão durante vários dias” e “só depois de vários protestos” foi-lhe dado um “copo com palhinha para conseguir beber água autonomamente”.

Em Portugal, por exemplo, a Companhia de Jesus uniu-se à Amnistia Internacional numa vigília, a 6 de Maio, no Porto, para denunciar a violação dos Direitos Humanos na índia e apelar à libertação de Stan Swamy; Em janeiro, o padre Miguel Almeida, provincial dos Jesuítas, numa carta aberta ao embaixador da Índia em Lisboa alertou para a injustiça em que se encontrava o sacerdote indiano.

CB