O setor ferroviário espanhol vive esta segunda-feira a sua segunda greve de 24 horas, convocada pelos sindicatos em protesto contra a liberalização do transporte de passageiros, aprovada pelo Governo.
A esta greve somam-se, também a partir de hoje, as paralisações parciais (quatro horas por turno) no Metro de Madrid em protesto contra a redução de salários e o aumento do preço dos bilhetes.
O protesto abrange os trabalhadores da Renfe, Adif e Feve, que têm marcadas concentrações e manifestações em várias cidades espanholas, devendo a primeira avaliação do impacto da greve ser feita ao final da manhã de segunda-feira.
No caso ferroviário, o Ministério do Fomento decretou serviços mínimos de 73 por cento na alta velocidade e longa distância, de 75 por cento no serviço suburbano de Madrid na hora de ponta e de 65 por cento nas ligações interurbanas.
Estima-se que, devido à greve - que começa às 00:00 de segunda-feira - sejam cancelados 302 comboios de alta velocidade e de larga e média distância.
Serão cancelados 97 da rede AVE, 205 das ligações interurbanas e entre 50 e 75 por cento dos comboios da rede suburbana.
O maior impacto será no setor de mercadorias, onde se prevê o cancelamento de 183 comboios, com serviços mínimos de apenas 20 por cento.
Em causa está o Real Decreto de 20 de julho, que prevê, a partir de 31 de julho de 2013, a liberação do setor de transporte ferroviário nacional de passageiros.
O Governo pretende, com este cenário de liberalização e mais concorrência, um aumento do número de operadoras, mais acessos a serviços de alta velocidade, um aumento do transporte de mercadorias e, em termos gerais, um serviço mais competitivo em qualidade e preços.
Já os sindicatos consideram que as medidas, que classificam como uma "privatização encoberta", põem em perigo milhares de postos de trabalho, piorando os serviços.