O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta sexta-feira as acusações de protecionismo contra o Brasil, admitindo, no entanto, que continuará defendendo o real.
"Dizem que o Brasil é um país protecionista. Eu queria protestar contra isso e dizer que não é algo correto", afirmou, em um discurso na conferência no "High-Growth Markets Summit 2012", que reuniu especialistas e potenciais investidores em Londres.
Mantega citou o recente ranking de países mais protecionistas elaborado pela organização Global Trade Alert, que situa o Brasil no final da lista encabeçada por Argentina, Rússia, Estados Unidos e China.
"É verdade, nós tomamos algumas medidas de defesa, principalmente no âmbito cambial, algumas medidas tributárias. No entanto, perdemos de longe em relação à maioria dos países que adotaram medidas protecionistas", acrescentou.
No entanto, também assinalou, depois das medidas de estímulo adotadas na semana passada pelo Federal Reserve (Fed, banco central) dos Estados Unidos, que o Brasil não permitirá que o real se valorize.
"Ficaremos atentos e tomaremos as medidas necessárias. Não deixaremos que haja uma perda de competitividade para, principalmente, a indústria brasileira", prometeu o titular da Fazenda.
Mantega deve manter ainda hoje uma reunião particular com o ministro das Finanças britânico, George Osborne.
Antes de Londres, o ministro brasileiro esteve em Paris, onde também se reuniu com seu colega, Pierre Moscovici, e com empresários interessados em investir no Brasil.