Centenas de manifestantes em Paris contra "dívida ilegítima"

Centenas de manifestantes em Paris contra

Centenas de manifestantes saíram hoje da sede do banco de investimentos Goldman Sachs, em Paris, em direção à Assembleia Nacional francesa numa marcha ensurdecedora contra a "dívida ilegítima, que impõe austeridade e rouba direitos sociais".

Na manifestação 'Global Noise', que se iniciou pelas 14:30 locais (13:30 horas de Lisboa), participam cerca de 300 pessoas, entre grupos de jovens e de reformados, que fazem um barulho ensurdecedor com apitos, batendo tachos, tampas e garrafas de plástico vazias. Ouvem-se gritos de jovens e de reformados que tanto culpam as agências de notação pela crise, como pedem solidariedade para com o povo da cidade japonesa de Fukushima, onde se viveu um acidente nuclear no ano passado.

Entre os manifestantes está o sociólogo espanhol, Juan Cortinas, de 38 anos, que depois de oito anos a trabalhar em França está no desemprego e hoje é um dos indignados que protesta nas ruas. "Saímos para nos manifestarmos contra a dívida ilegítima que justifica a austeridade, que está a pôr fim aos direitos sociais nos países europeus" disse o espanhol à Lusa. 

Entre os manifestantes há protestos em português: André Fernandes, 23 anos, licenciado em cinema, emigrou há dois anos para tentar encontrar trabalhado.

O português faz limpezas e vive de pequenos trabalhos e fez questão apoiar a manifestação porque acredita que o povo precisa de se fazer ouvir. "É uma luta principalmente europeia. Estamos a sentir na pele as medidas de austeridade que estão a ser impostas. Esta política está a falhar, os governos insistem e nós somos as principais vítimas", argumenta. 

A chuva, o muito frio e um forte contingente policial são elementos desta manifestação, que levou ao encerramento das lojas no seu percurso e cortes de trânsito. A manifestação deve durar cerca de duas horas até chegar à assembleia nacional. 

A iniciativa Global Noise que é organizada pelas redes internacionais Occupy, Indignados, #YoSoy132, e outros movimentos de justiça social e plataformas ativistas de 37 países.

Lusa