As autoridades da zona do euro estão explorando maneiras de resolver uma das mais difíceis questões que enfrentam: como garantir que ativos bancários problemáticos sejam negociados em nível nacional enquanto também quebram a ligação entre governos endividados e seus bancos.
Líderes da União Europeia (UE) definiram em junho que o fundo de resgate da região, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM), deve poder recapitalizar bancos diretamente assim que houver um supervisor único da zona do euro, provavelmente durante 2013. Tal recapitalização iria, disseram os líderes à época, quebrar o "círculo vicioso entre bancos e soberanos".
Mas no mês passado a Alemanha, Holanda e Finlândia reabriram o acordo de junho, dizendo que precisava haver uma separação entre o "legado" de dívida tóxica --aquela que tem pesado por tempos sobre os bancos da Espanha e da Irlanda-- dos futuros problemas no setor.
A recapitalização direta por meio do ESM só seria possível para a agitação que houver quando a nova autoridade de supervisão estiver implementada, disseram os ministros das Finanças dos três países.
A chanceler alemã, Angela Merkel, pressionou em relação a esse ponto em uma cúpula da UE nesta sexta-feira.
"Não haverá nenhuma recapitalização direta retroativa. Se a recapitalização for possível, só será possível para o futuro, então acho que quando o supervisor bancário estiver funcionando não teremos mais problemas com os bancos espanhóis. Pelo menos espero que não", disse ela em entrevista à imprensa.
Ministros das Finanças da zona do euro devem ter outra ruptura em uma reunião em Bruxelas em 12 de novembro em relação a uma questão vital sobre se as dívidas dos bancos da Espanha pesarão ainda mais sobre as finanças do governo ou se esse peso será aliviado.
Três autoridades da zona do euro disseram à Reuters que um compromisso está circulando entre países e instituições da UE, incluindo o Banco Central Europeu (BCE). Ele propõe dividir o custo de recapitalizar bancos viáveis entre o ESM e os governos --essencialmente uma solução de meio-termo.
Negociações formais sobre o assunto ainda não começaram mas, se for aceito, o compromisso pode permitir que a Espanha e a Irlanda tirem parte do custo de apoiar seus bancos de seus portfólios e acrescente-os nos portfólios do ESM, que são subscritos e garantidos pelos 17 países da zona do euro.
Tal ação seria significativa por duas razões: aliviaria os problemas de financiamento público em Madrid e Dublin e representaria efetivamente a primeira transferência financeira entre Estados-membros da zona do euro.