A anexação da Crimeia foi planeada em fevereiro de 2014 por Vladimir Putin. No thriller do documentário intitulado “Crimeia. Caminho de Volta a Casa” o Presidente russo fala da operação para resgatar o chefe de Estado ucraniano deposto e para anexar a península ucraniana muito antes do referendo realizado a 16 de março.
“Atualmente, mais de 90 por cento da população apoia o que aconteceu em março do ano passado. Pessoalmente, não tenho dúvidas e desafiei os meios de comunicação social ocidentais a virem até aqui e a perguntarem às pessoas o que pensam disso” refere o atual líder da Crimeia Sergei Aksyonov.
Na contagem decrescente para o primeiro aniversário da anexação da Crimeia, a população mostra-se dividida sobre as vantagens de estar sob a alçada de Moscovo.
“Penso que o facto de nos termos juntado à Rússia trouxe melhorias na esfera legal, mas no nosso quotidiano continuamos a sofrer. Os preços não param de aumentar e isso não ajuda” adianta uma residente.
O aumento do custo de vida é apenas um dos problemas com que se deparam os habitantes da Crimeia. Várias organizações denunciam violações sucessivas dos direito humanos.
“Em primeiro lugar é preciso dizer que a possibilidade das pessoas se manifestarem diminuiu devido à introdução de toda uma série de restrições. Alguns grupos foram mesmo proibidos de organizarem concentrações. Além disso, registaram-se vários casos em que foram colocados entraves à liberdade de expressão” afirma Andrei Kresko, representante do grupo de Defesa dos Direitos Humanos na Crimeia, Missão de Campo.
Putin admitiu, este domingo, ter lançado uma operação de anexação da Crimeia após a queda do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, a 22 de fevereiro de 2014.