O co-piloto da Germanwings estava a receber "tratamento médico" mas escondeu a doença da sua entidade empregadora. A revelação é feita por um procurador alemão, numa altura em que está a ser analisada documentação encontrada em casa de Andreas Lubitz, o homem que lançou contra os Alpes um avião com 150 pessoas a bordo.
O procurador Ralf Herrenbrueck revela não ter sido encontrada nenhuma nota de suicídio, nem documentos que liguem o seu comportamento a quaisquer motivações políticas ou religiosas.
Na sua declaração, citada pela agência Reuters, o procurador revela que os documentos encontrados no apartamento de Dusseldorf indicam a “existência de uma doença” e que o co-piloto estava a receber “tratamento”. Também foram descobertos “atestados médicos” rasgados, inclusive um para o dia da tragédia.
Historial de depressão?
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou hoje que os primeiros dados da investigação ao desastre do Airbus A-320 da Germanwings nos Alpes franceses apontam para um comportamento "louco, incompreensível" do copiloto. Andreas Lubitz, 27 anos, procurou ajuda psiquiátrica para um "surto de depressão agudo" em 2009 e continuava a ter acompanhamento médico.
As vítimas do acidente de terça-feira do avião A320 que ligava Barcelona a Dusseldorf são de 15 países, confirmaram as autoridades francesas, acrescentando que maioritariamente as vítimas são espanholas (49) e alemãs (72).
Uma equipa vasta de técnicos, especialistas e organizações peritas, a administração interna alemã e espanhola e ainda a Lufthansa, empresa-mãe da Germanwings, estão envolvidas na investigação.
A alguns quilómetros do local do acidente, na aldeia de Seyne-les-Alpes, um importante dispositivo de acolhimento e de apoio psicológico foi montado para receber familiares das vítimas.