Sob pressão da oposição catalã, que pediu nesta quinta-feira a convocação de eleições na região, o presidente Carles Puigdemont ainda sofreu uma baixa significativa em seu governo. Um de seus principais conselheiros, Santi Vila, se demitiu por causa de sua oposição a uma declaração unilateral de independência - o que Puigdemont insistiu em fazer no mesmo dia, rejeitando um pleito geral. Espera-se que Puigdemont declare secessão na sexta-feira, mesmo sob críticas e ameaças de intervenção de sua autonomia por parte do governo espanhol.
Vila confirmou a demissão pelo Twitter, afirmando que suas "tentativas de diálogo novamente fracassaram". Ele ocupava a função de conselheiro de Empresas, Negócios e Conhecimento, mas também havia trabalhado em outras áreas do governo antes. Vila havia criticado os esforços de Puigdemont de declarar secessão sem apoio da base, e agora se junta ao também ex-conselheiro Jordi Baiget na lista de baixas no governo por causa da posição.
A oposição foi dura contra uma declaração de ruptura. Numa sessão no Parlamento regional para analisar a resposta à tomada de controle da região solicitada pelo governo espanhol, Puigdemont ficou sob fogo cruzado dos críticos do governo e seus próprios aliados.
- Ainda há tempo de voltar à legalidade e convocar eleições - declarou Inés Arrimadas, dirigente na Catalunha do partido Ciudadanos.
O pedido de Arrimadas chegou depois de um dia de montanha russa política na Catalunha. Puigdemont colocou a convocação de eleições como moeda de troca para que o governo espanhol não aplicasse o Artigo 155 da Constituição, que suspende de fato a autonomia catalã. Mas após várias transações sem resultados, descartou as eleições assinalando que o Executivo central não lhe havia dado garantias suficientes.