O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, pediu publicamente desculpas aos sobreviventes da talidomida, um medicamento amplamente receitado há mais de 60 anos que causava malformações fetais.
Numa cerimónia parlamentar em Camberra, Albanese apresentou um pedido de desculpas a vários sobreviventes, no 62.º aniversário da retirada da venda do medicamento no país, que deixou um rasto de "trauma, tristeza e danos", segundo o primeiro-ministro.
Existem actualmente 146 vítimas da talidomida registadas na Austrália, embora o número real seja desconhecido, e várias delas deslocaram-se ao parlamento para acompanhar o pedido de desculpas público.
A talidomida, um medicamento fabricado por uma farmacêutica alemã e comercializado nos anos 50 e 60 para as náuseas no início da gravidez, causou milhares de casos de malformações fetais em diferentes países.
O Governo anunciou hoje a reabertura do Programa Australiano de Apoio aos Sobreviventes da Talidomida, um pacote de ajuda vitalícia que inclui um pagamento único em reconhecimento da dor e do sofrimento das vítimas, bem como pagamentos anuais contínuos.
O ministro da Saúde vai também inaugurar na quinta-feira um memorial nacional aos sobreviventes e famílias, em Camberra.
Há uma década, uma acção coletiva intentada por sobreviventes da talidomida na Austrália e na Nova Zelândia foi resolvida com o pagamento de uma indemnização por parte dos distribuidores do medicamento.
A principal malformação detectada era a focomelia, uma anomalia congénita caracterizada pela ausência ou tamanho reduzido dos membros.