Parlamento alemão aprova expansão do fundo de resgate do euro

AklLei aumenta a contribuição alemã ao fundo de resgate da moeda comum para 211 bilhões de euros. Vitória e alívio para Angela Merkel, que conseguiu a maioria dos votos dos parlamentares da coalizão de governo.

O debate foi acalorado, mas a votação teve o resultado que Angela Merkel queria. O Parlamento alemão aprovou nesta quinta-feira (29/09) a ampliação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), pacote de ajuda financeira aos países endividados da União Europeia.


Dos 611 parlamentares, 523 foram favoráveis à lei, 85 disseram "não" e três se abstiveram, confirmou Wolfgang Thierse, vice-presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão). "A Europa depende da força económica da Alemanha", justificou Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças.


Segundo a lei aprovada, as garantias alemãs o fundo subirão de 123 bilhões para 211 bilhões de euros, o correspondente a aproximadamente dois terços do orçamento do país. Ao total, o pacote vai disponibilizar 440 bilhões de euros às nações do bloco europeu.


A decisão dos parlamentares alemães repercutiu em Bruxelas: "Estamos contentes e parabenizamos a aprovação", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj Tardio.


Uma maioria política


Com o apoio já declarado anteriormente pelos verdes e social-democratas - da oposição -, a expansão do fundo estava garantida. O que os alemães aguardavam com ansiedade, no entanto, era se a chanceler federal Angela Merkel contaria com o apoio dos deputados da coalizão de governo, formada pela União Social Cristã, União Democrata Cristã e Partido Liberal Democrático. Uma discordância interna poderia prejudicar seriamente a autoridade da líder e sua habilidade de combater a crise do euro.


Seriam necessários pelo menos 311 votos para garantir a maioria de governo, mas no resultado final acabaram sendo 315 favoráveis e apenas 15 contra. "Para Merkel, sem dúvida, esse foi um grande sucesso e um grande alívio para seu partido", comentou Gerd Langguth, cientista político e biógrafo da líder alemã. Críticos previam que, se a chanceler federal precisasse contar com a oposição para aprovar o pacote, o governo entraria em crise.


Combate à crise


O fundo de resgate receberá mais dinheiro para que o bloco económico possa reagir melhor à crise. Embora o pacote ofereça créditos de 440 bilhões de euros, as garantias chegam a 780 bilhões de euros, seguindo o que foi aprovado em Julho último pela cúpula da União Europeia.


A expansão do fundo precisa da aprovação dos 17 países da zona do euro - em 11 isso já aconteceu. A Eslováquia deve ser a última a debater o assunto, com votação prevista para Outubro.


NP