Foram horas intermináveis de reuniões, idas e vindas. Não deve demorar muito para algum espectador muito próximo aos líderes europeus actuais contar tudo que viu e ouviu nessas últimas semanas. O acordo fechado entre quase todos os países do continente (menos a Inglaterra) abre uma nova porta de saída para a crise. Mas o caminho a se percorrer agora é bastante longo e exigente.
O principal ponto do acordo é o que estabelece a chamada união fiscal entre os países membros, criando uma nova entidade comum, além do Banco Central Europeu, superior aos governos soberanos. Algo parecido com um grande Ministério da Economia Europeu, que vai actuar como fiscal dos gastos públicos dos países da região. Pelo acordo, aquele que tiver déficit acima de 3% do PIB ou mais de 60% de dívida pública sobre as riquezas do país pode ser duramente punido.
Os líderes saíram da reunião exaustos, mas sabem que a tarefa mais difícil começa é agora. Para chegar aos novos limites estabelecidos, os países terão que adoptar políticas extremamente austeras, cortando gastos, investimentos, benefícios sociais e tudo mais que se puder. O patamar actual das contas públicas na zona do euro está longe do limite estabelecido pelo novo acordo.
O principal ponto do acordo é o que estabelece a chamada união fiscal entre os países membros, criando uma nova entidade comum, além do Banco Central Europeu, superior aos governos soberanos. Algo parecido com um grande Ministério da Economia Europeu, que vai actuar como fiscal dos gastos públicos dos países da região. Pelo acordo, aquele que tiver déficit acima de 3% do PIB ou mais de 60% de dívida pública sobre as riquezas do país pode ser duramente punido.
Os líderes saíram da reunião exaustos, mas sabem que a tarefa mais difícil começa é agora. Para chegar aos novos limites estabelecidos, os países terão que adoptar políticas extremamente austeras, cortando gastos, investimentos, benefícios sociais e tudo mais que se puder. O patamar actual das contas públicas na zona do euro está longe do limite estabelecido pelo novo acordo.
Segundo números da Comissão Europeia, a área do euro deve fechar 2011 com a relação da dívida pública total sobre o PIB de 88%. O déficit médio na região está hoje em cerca de 6%. Olhando os países que passam hoje mais aperto, o quadro se complica.
Em Portugal os números chegam a 101% de dívida/PIB e perto de 6% de déficit. A Itália, está mais próxima dos 3% de déficit fiscal, mas sua dívida ultrapassa os 120% de tudo que o país produz. Na França, a dívida está mais controlada, chegando a 85% do PIB este ano. Mas o déficit francês está na casa dos 6%. Para não dizer que não se falou da Grécia, o país chegou a ter um déficit de incríveis 15% e deve fechar 2011 perto de 9%. A dívida pública grega equivale hoje a 160% do PIB do país.
De saída, os países podem contar com mais 700 bilhões de euros para cobrir os rombos já abertos. Dinheiro que deve gerar um alívio nos mercados e para os governos que não conseguem mais compradores para seus papéis públicos.
A tarefa mais árdua, a de devolver equilíbrio às economias, ainda depende de uma cadeia de acontecimentos que não está sob o controle dos líderes actuais. Enquanto os países correm para ajustar o cinto, eles têm que seguir rolando os vencimentos das dívidas. Caso da Itália, que precisa honrar 300 bilhões de euros em 2012. Estima-se que os bancos europeus precisam ser capitalizados em 115 bilhões de euros. Fazer funcionar todos os mecanismos que estão sendo criados para apoiar os países em dificuldade.
Sem falar do desemprego, do baixo crescimento, da insatisfação social, da confiança perdida dos investidores.
Angela Merkel, chanceler alemã, saiu sorrindo do encontro com os líderes europeus em Bruxelas. Seu parceiro francês de brigas e batalhas, inclusive entre eles próprios, Nicolas Sarkozy, também relaxou depois de tantas horas de tensão. Dias de incertezas. Meses de intransigência. Não há tempo para comemorar.
font:reuters
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