Os relatórios da imprensa local sugeriram uma tentativa de golpe no Zimbábue, na sequência do anúncio pelo partido no poder de que o país estava vivendo numa "transição sem sangue" do poder entre o líder de longa data, Robert Mugabe, que tinha sido relatado como fortemente protegido pelos militares e se preparando para anunciar demissão.
A União Africana afirmou que a crise no Zimbábue "parece um golpe" e pediu o respeito da Constituição do país.
De acordo com o líder da União Africana, Alpha Conde, que também é presidente da Guiné, a organização classificou as acções dos militares no Zimbábue como "claramente soldados tentando assumir o poder pela força".
A declaração vem na sequência de um anúncio do partido no poder no Zimbábue de que o país estaria vivendo uma "transição sem sangue" de poder. Robert Mugabe, de 93 anos, teria sido capturado pelos militares e se prepara para anunciar a sua renúncia.
De acordo com a imprensa local, Mugabe, que foi presidente do país desde 1987, conseguiu chegar a um acordo com os representantes do exército para que sua esposa deixe o país.
O presidente da vizinha África do Sul, Jacob Zuma, afirmou ter sido contactado por Mugabe, que afirmou estar "confinado à sua casa, mas que passava bem".
Nesta terça-feira, a imprensa relatou que veículos blindados estavam se movendo em direcção à capital do Zimbábue, enquanto os militares supostamente tomaram controlo da transmissão da televisão estatal ZBC.
A crise acontece na sequência das tensões após a demissão do provável sucessor de Mugabe, que tinha forte apoio dos militares. O comandante do Exército tinha apelado ao Mugabe na segunda-feira para que parar a "limpeza" no partido no poder.