A Arquidiocese da Beira, em Moçambique, criou uma comissão de emergência para responder à crise provocada pela passagem do ciclone IDAI, que já provocou 200 mortos.
Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA pelo padre Bonifácio Conde, chanceler da diocese católica, os responsáveis da Beira sublinham que a comissão visa “fazer face à situação que está sendo vivida pelo povo de Sofala”.
O organismo inclui pessoal da Cúria e da Cáritas da Arquidiocese da Beira, actualmente sem energia eléctrica e com dificuldades nas redes de comunicação.
A nota destaca em particular a situação em Búzi, localidade que “continua submergida e isolada”.
O arcebispo da Beira, D. Cláudio Dalla Zuanna, escreveu uma mensagem sobre os “efeitos destrutivos” do IDAI, “fenómeno descrito por muitos como algo ‘jamais’ visto ou narrado nos anais desta província do Centro de Moçambique”.
O arcebispo informa que alguns rios estão a transbordar, como é o caso do rio Búzi e Púngué; a cidade da Beira está isolada, uma vez que a única via de acesso terrestre ficou cortada pela queda de uma ponte.
“Como Igreja diocesana, por meio das paróquias e da Cáritas, estamos a activar um plano de emergência para fazer face as necessidades mais urgentes”, conclui a nota.
A passagem do ciclone Idai no centro de Moçambique e as cheias que se seguiram já provocaram mais de 200 mortos desde quinta-feira, anunciou hoje o presidente moçambicano Filipe Nyusi.
O ciclone incidiu sobretudo ao longo do chamado “corredor da Beira”, um percurso correspondente a cerca de 130 quilómetros, habitado por aproximadamente um milhão de habitantes e onde estão implantadas 25 paróquias católicas
O Programa Alimentar Mundial da ONU anunciou o encaminhamento de assistência para meio milhão de pessoas só em Moçambique, onde se estima que haja ainda populações isoladas.