A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) já reuniu cerca de 280 mil euros para ajudar as populações sírias afetadas pela guerra civil e que procuraram refúgio no Líbano e em outros países vizinhos.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o organismo humanitário católico considera que a situação do povo sírio é de “excecional gravidade” e apela à generosidade dos portugueses para poder continuar a apoiar quem vive “em tanto sofrimento”.
De acordo com os dados avançados pela AIS, a grande maioria dos refugiados sírios, mais de 150 mil, estão neste momento concentrados no Líbano, “em casas abandonadas ou em campos improvisados, especialmente no vale de Bekaa e nos distritos setentrionais de Trípoli e Akkar”.
D. Issam John Darwish, arcebispo de Zahlé, na região centro do “país dos cedros”, destaca a presença de muitos cristãos que “viram as suas casas destruídas e saqueadas”, na sequência do conflito armado que decorre há mais de um ano e meio entre o exército do Governo de Bashar al-Assad e as forças rebeldes contrárias ao regime.
O responsável católico considera que o papel das organizações humanitárias está a ser fundamental para minorar o contexto precário em que aquelas pessoas se encontram, uma vez que “o Estado libanês não tem fundos disponíveis”.
“A Arquidiocese de Zahlé já estava a perguntar às pessoas da cidade se podiam fornecer alojamento, comida ou medicamentos, devido à falta de recursos próprios”, confidencia o prelado.
Informações recolhidas pela AIS junto das Nações Unidas acrescentam que o êxodo sírio também está a ter efeitos na Turquia, que já acolheu perto de 65 mil refugiados, na Jordânia, que tem mais de 50 mil, e no Iraque, que permitiu até agora a entrada de 15 mil sírios.
“A situação em alguns destes países é também dramática, pois ninguém estava preparado para receber tanta população carente de tudo em tão pouco tempo”, salienta a Fundação.
Apesar da guerra civil na Síria ter mergulhado o mundo árabe num clima de instabilidade, D. Issam John Darwish não acredita que ela tenha repercussões negativas na visita de Bento XVI ao Líbano, com início marcado para sexta-feira.