A liberdade, inclusive a de expressão, defende-se com o respeito da dignidade do próximo. Foi quanto afirmaram com determinação, católicos e muçulmanos na França, onde é crescente o clima de tensão depois da publicação de alguns desenhos humorísticos sobre Maomé no semanário satírico «Charlie Hebdo». Uma iniciativa editorial que, imediatamente, deu origem a protestos e acrescentou ulteriores elementos de preocupação a uma situação já incandescente, provocado pelo filme Innocence of Muslims que, como se sabe, nos dias precedentes tinha desencadeado o assalto às sedes diplomáticas estado-unidenses nos vários países – em Bengasi morreram o embaixador estado-unidense Chris Stevens juntamente com três funcionários – além das ameaças terroristas da rede de Al Qaeda.
Portanto, numa declaração conjunta o bispo de Evry-Corbeil-Essonnes, Michel Dubost, presidente do Conselho para as relações inter-religiosas do episcopado transalpino, e Mohammed Moussaoui, presidente do Conselho francês do Culto Muçulmano, lançaram um apelo a fim de que a Nação não esqueça que «a liberdade é posta em perigo quando se esquece o princípio da fraternidade e o respeito de igual dignidade. Em particular, no apelo recorda-se que «a República francesa tem como lema: liberdade, igualdade e fraternidade». E, «nós defendemos a liberdade e, sobretudo, apoiamos a liberdade de expressão no respeito da lei».