Bento XVI apelou hoje no Vaticano a uma Igreja em permanente “estado de serviço” à humanidade e a Deus, elogiando o testemunho de vida dos novos santos que proclamou no Dia Mundial das Missões.
O Papa falava durante a cerimónia de canonização de sete beatos católicos, entre os quais a primeira beata indígena norte-americana, Kateri Tekakwitha, nascida em 1656 no que é hoje o Estado de Nova Iorque (EUA) e falecida em 1680, no atual Canadá.
“Com coragem heroica eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus e no serviço generoso aos irmãos. São filhos e filhas da Igreja, que escolheram a vereda do serviço seguindo o Senhor”, precisou.
Diante de milhares de pessoas reunidas para a celebração, Bento XVI apresentou detalhes sobre a vida de cada um dos novos santos, pedindo que os mesmos sejam “um encorajamento e um modelo” para os fiéis.
Falando de Tekekwhitha, o Papa elogiou “a firmeza na sua vocação tão particular na sua cultura. Nela, fé e cultura se enriqueceram mutuamente”.
“Possa o seu exemplo ajudar-nos a viver onde nos encontremos sem renunciar àquilo que somos, amando Jesus! Santa Kateri, protetora do Canadá e primeira santa ameríndia, nós te confiamos a renovação da fé entre os povos nativos e em toda a América do Norte! Que Deus abençoe os povos nativos!”, acrescentou.
Entre os novos santos estão dois mártires: Giacomo Berthieu (1838-1896), missionário jesuíta francês morto em Madagáscar, por não querer renunciar à sua fé; e o catequista filipino Pedro Calungsod (1654-1672), assassinado em Guam por um pai que se recusou a deixar o seu filho ser batizado.
Neste sentido, Bento XVI lembrou “os numerosos cristãos que são perseguidos por causa da sua fé nos dias de hoje”.
O padre italiano Giovanni Battista Piamarta (1841-1913), a religiosa espanhola Maria Carmela Sallés y Barangueras (Maria del Monte Carmelo, 1848-1911), a norte-americana Barbara Cope (Madre Marianne de Molokai, 1838-1918), que se dedicou aos leprosos, e a leiga alemã Anna Schäffer (1882-1925) completaram a lista.
O Papa disse que estas figuras entenderam “a necessidade de uma presença cultural e social do catolicismo no mundo moderno”.
“Que o testemunho dos novos santos, a sua vida oferecida generosamente por amor a Cristo, possa falar hoje a toda a Igreja e a sua intercessão possa reforçá-la e sustentá-la na sua missão de anunciar o Evangelho no mundo inteiro”, concluiu.
A cerimónia de canonização foi a décima do género no atual pontificado, durante o qual Bento XVI proclamou 44 novos santos, incluindo o português Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável (26-04-2009).
OC