Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que o mundo atual “precisa de santos” e explicou o sentido da solenidade litúrgica dedicada a todas estas figuras, “conhecidas e desconhecidas”, na Igreja Católica.
“O nosso tempo precisa de santos e os santos mostram-nos, de muitas maneiras, como podemos viver o Evangelho hoje e como podemos ser sinais luminosos do amor de Deus”, disse o Papa, em alemão, perante milhares de pessoas reunidas para a oração do Angelus na Praça de São Pedro.
Na celebração anual de Todos os Santos, feriado nacional em Portugal pela última vez, nos próximos cinco anos, Bento XVI precisou que a data faz “memória” não só dos fiéis que a Igreja canonizou “mas também de todos os santos e santas que só Deus conhece”.
O Papa sublinhou que a solenidade [categoria mais importante das celebrações do calendário católico] recorda “a vitória do amor sobre o egoísmo e sobre a morte”.
“Seguir Cristo leva à vida, à vida eterna, e dá sentido ao presente, a cada momento que passa, porque o preenche de amor, de esperança: só a fé na vida eterna nos faz amar verdadeiramente a história e o presente”, acrescentou.
Falando num “duplo horizonte da humanidade”, entre a terra e o céu, Bento XVI defendeu que a união a Cristo, na Igreja, “não anula a personalidade, mas abre-a, transforma-a com a força do amor e confere-lhe, já nesta terra, uma dimensão eterna”.
“Na festa de hoje podemos saborear antecipadamente a beleza desta vida de total abertura ao olhar de amor de Deus e dos irmãos”, complementou.
O Papa despediu-se com uma referência à comemoração dos fiéis defuntos, convidando os presentes a uma “fé plena de esperança”.
Bento XVI vai presidir esta sexta-feira a uma cerimónia nas Grutas do Vaticano, pelas 18h00 (menos uma em Lisboa), com um momento de oração pelos Papas que já morreram.
No sábado, pelas 11h30 locais, o Papa vai celebrar uma missa na Basílica de São Pedro em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos ao longo do último ano.
OC