Vaticano: Papa aprova «ação repressiva» contra terrorismo e elogia Interpol

Vaticano: Papa aprova «ação repressiva» contra terrorismo e elogia Interpol

O Papa elogiou hoje no Vaticano a ação da Interpol e sublinhou que a “necessária ação repressiva” contra o terrorismo e a delinquência “deve ser acompanhada de uma corajosa e lúcida análise das motivações subjacentes”.

As declarações, publicadas pela agência de notícias da Santa Sé, foram proferidas por Bento XVI ao receber os participantes na assembleia geral da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), que decorreu em Roma com a presença de representantes dos 190 estados membros, incluindo, desde 2008, o Estado do Vaticano.

“A função da Interpol – que podemos definir um baluarte da segurança internacional – assume notável importância, em vista do bem comum, porque a sociedade justa exige também a ordem e o respeito pelas normas, para uma pacífica e serena convivência cívica”, afirmou o Papa.

A Igreja encoraja “todos os que se empenham em combater a praga da violência e do crime”, sublinhou Bento XVI, para quem o terrorismo se transformou “numa obscura rede de cumplicidades políticas, utilizando meios técnicos sofisticados, consideráveis recursos financeiros e projetos em vasta escala”.

O discurso lembrou as “inúmeras atividades ilícitas e imorais” associadas à criminalidade organizada, como o tráfico de pessoas, droga, armas, mercadorias falsificadas e medicamentos contrafeitos.

“Este comércio ilícito torna-se ainda mais execrável quando diz respeito aos órgãos humanos de vítimas inocentes, (que) sofrem dramas e ultrajes que julgávamos superados para sempre, depois das tragédias do século XX”, crimes que “quebram as barreiras morais progressivamente montadas pela civilização e propõem uma nova forma de barbárie que nega o homem e a sua dignidade”, apontou.

Bento XVI frisou igualmente que a repressão do crime exige o cumprimento de “regras morais e jurídicas”, “no respeito pelos direitos humano e pelos princípios de um Estado de direito”

A intervenção incluiu um alerta aos responsáveis políticos para a necessidade de terem sempre em conta “os fatores de exclusão social e de indigência que persistem na população e que constituem um meio de violência e de ódio”.

Os Estados devem empenhar-se na resolução de problemas que possam “alimentar a violência”, observou o Papa, acrescentando que a resposta “não pode ser delegada simplesmente nas forças da ordem, mas exige a participação de todas as instâncias que podem incidir no fenómeno”.

RJM