O presidente do Comité Justiça e Paz da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América pediu hoje à administração de Barack Obama que tome medidas para acabar com a violência entre palestinos e israelitas, na Faixa de Gaza.

Numa carta dirigida ao conselheiro da Casa Branca para assuntos de Segurança Nacional, Thomas Donilon, e publicada na internet, D. Richard Pates sublinha a necessidade de “negociar um cessar-fogo imediato” entre os dois lados do conflito, para “dar às populações da região um futuro diferente” onde o “medo” dê lugar à “esperança”.

O bispo de Des Moines, no Estado de Iowa, reconhece que “Israel tem o direito de defender os seus cidadãos” do lançamento “moralmente injustificável” de “rockets” por parte das autoridades palestinas em Gaza.

No entanto, “o uso da força deve ser proporcionado e discriminado”, realça o prelado, criticando os “ataques aéreos israelitas que, segundo os órgãos de comunicação social, mataram pelo menos 100 palestinos e feriram muitos mais”.

D. Richard Pates sublinha que quanto maior for a “espiral” de violência “mais sérias serão as consequências para a relação israelo-palestina e para a estabilidade da Terra Santa”.

“Esta situação não vai trazer paz à região, vai apenas reabrir feridas antigas e aprofundar as divisões, tornando a convivência pacífica entre os dois povos muito mais remota”, conclui o responsável católico.

Bento XVI apelou hoje no Vaticano ao cessar-fogo em Gaza, após vários dias de confronto que já provocaram a morte de cerca de 130 palestinos e cinco israelitas.

Durante a audiência pública semanal concedida aos fiéis, que decorreu na sala Paulo VI, o Papa mostrou “grande preocupação” com “o agravamento da violência entre israelitas e palestinos” naquele território e manifestou o seu apoio a todas as “iniciativas” que favoreçam a paz.

Bento XVI dedicou ainda a sua oração a todas as “vítimas” do conflito, salientando que “o ódio e a violência não são a solução dos problemas”.

A tensão entre israelitas e palestinos intensificou-se há uma semana, quando Ahmed Jabari, comandante do braço armado do Hamas em Gaza, foi morto durante um ataque aéreo levado a cabo pelas forças militares israelitas.

O Hamas respondeu com o lançamento de “rockets” contra alvos espalhados por Telavive e outras cidades de Israel.

As autoridades israelitas decretaram estado de alerta máximo e não descartam a possibilidade de um ataque militar semelhante à invasão da Faixa de Gaza, em dezembro de 2008.